Frida, Natureza Viva (Frida, Naturaleza Viva, 1986)
Analisando do âmbito mais comercial do Cinema, a biografia de Frida Kahlo é sem dúvidas uma das mais cinematográficas da América Latina e, certamente, do mundo. Artista singular, sensível e evocativa, filha da Revolução Mexicana, parceira de um dos maiores expoentes do muralismo mexicano e, por fim, vítima de poliomielite, graves acidentes, abortos, traições e ainda sobrevivente a múltiplas cirurgias (uma delas, inclusive, responsável pela amputação de uma perna), Frida Kahlo é um prato cheio para qualquer cineasta interessado em construir uma cinebiografia carregada de cores, paixões e tragédias, todos de forte apelo ao grande público. Desse modo, não deixa de ser interessante e revigorante que um cineasta decida investir nas dolorosas e sutis nuances da vida e obra da pintora, em detrimento dos acontecimentos mais explosivos de sua biografia. Esse é o feito de Paul Leduc em seu “Frida, Natureza Viva”, longa que aparentemente se inspira na singularidade de Frida Kahlo, ao construir uma obra desprovida de convenções narrativas e permeada de extrema sensibilidade e paixão. Continuar lendo