ANÁLISE PROFUNDA – Frida, Natureza Viva

Frida, Natureza Viva (Frida, Naturaleza Viva, 1986)

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Analisando do âmbito mais comercial do Cinema, a biografia de Frida Kahlo é sem dúvidas uma das mais cinematográficas da América Latina e, certamente, do mundo. Artista singular, sensível e evocativa, filha da Revolução Mexicana, parceira de um dos maiores expoentes do muralismo mexicano e, por fim, vítima de poliomielite, graves acidentes, abortos, traições e ainda sobrevivente a múltiplas cirurgias (uma delas, inclusive, responsável pela amputação de uma perna), Frida Kahlo é um prato cheio para qualquer cineasta interessado em construir uma cinebiografia carregada de cores, paixões e tragédias, todos de forte apelo ao grande público. Desse modo, não deixa de ser interessante e revigorante que um cineasta decida investir nas dolorosas e sutis nuances da vida e obra da pintora, em detrimento dos acontecimentos mais explosivos de sua biografia. Esse é o feito de Paul Leduc em seu “Frida, Natureza Viva”, longa que aparentemente se inspira na singularidade de Frida Kahlo, ao construir uma obra desprovida de convenções narrativas e permeada de extrema sensibilidade e paixão. Continuar lendo

Especial – Nações: Alemanha – Paris, Texas (1984)

Paris Texas, de Wim Wenders (1984)

Paris, Texas título

Essa é a história do difícil relacionamento entre um plano geral e um close. O plano geral deseja diluir suas personagens na imensidão de uma paisagem ou de um cenário que quase ultrapassam os limites do quadro, e nosso próprio olhar se perde perante essa imensa amplitude, perspectiva e riqueza. O close, por sua vez, deseja confinar suas personagens nos limites da moldura, não possibilitando quaisquer oportunidades de fuga; o rosto está ali, na totalidade de seus poros e nuances, e nós, inevitavelmente, devemos encará-lo. Quão grande, portanto, é o atrito entre essa diluição quase abstrata de uma personagem e a moldura quase agressiva sobre o semblante da mesma? Mais: quão atraente é o libertador anonimato proporcionado pelo plano geral, em oposição à dolorosa intimidade do close? Em “Paris, Texas”, de Wim Wenders, temos justamente a trajetória de um homem que deverá encarar esse close, afinal será a partir das dramáticas imposições da moldura que ele poderá conquistar sua maturidade ou mesmo sua liberdade.

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CINEMÃO TEEN DOS ANOS 80 E SEUS HERDEIROS

A década de 1980 foi repleta de bons filmes, mas um subgênero se destacou: o cinemão adolescente, que tinha como principal expoente John Hughes e seus clássicos que entendiam como poucos os adolescentes daquela geração. Vale lembrar também os astros que fizeram a alegria de muita gente, além de imortalizarem personagens e cravarem de vez seus nomes na sétima arte, com cenas emblemáticas e inesquecíveis.

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